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Em raro momento de discussão na Assembleia, Gipão cutuca governo e Amélio Cayres sai em defesa

Debate ocorreu durante a votação de um requerimento do filho do governador.

As sessões da Assembleia Legislativa do Tocantins tem sido monótonas. O alinhamento da presidência – exercida por Amélio Cayres (Repu) – como também de outros parlamentares, com o governador Wanderlei Barbosa faz com que as eventuais críticas à gestão estadual sejam minimizadas e os debates, pouco acalorados. Mérito do gestor estadual, naturalmente, que foi parlamentar por muitos anos e conseguiu essa espécie de 'unanimidade', que acaba por lhe trazer tranquilidade. 

A não ser por um discurso ou outro do deputado Professor Júnior Geo (PSC), questionando supostos direitos suprimidos dos servidores públicos, ou da deputada Professora Janad Valcari (PL) criticando a gestão municipal de Palmas, as sessões tem sido uma 'pasmaceira'.

Contudo, na sessão desta terça-feira (20), um episódio chamou a atenção. Após ser lido um requerimento de autoria do deputado Leo Barbosa (Repu) – filho do governador – no qual solicita a pavimentação asfáltica de um trecho entre Maurilândia e Tocantinópolis, de aproximadamente 35 km, houve uma série de intervenções dos demais parlamentares.

O deputado Fabion Gomes (PL), que é da região, foi o primeiro a dizer que queria subscrever o requerimento, porque já havia feito muitas vezes tal solicitação, mas agora, em razão do requerimento ser do filho do governador, quem sabe o governo atenda ao pedido. Mas Gipão (PL) surpreendeu! Disse que no último final de semana visitou 18 cidades da região do Bico do Papagaio e viu muita ausência do poder público na região. Por isso, também queria assinar o requerimento, visto que a situação da rodovia é precária. 

O presidente Amélio Cayres rebateu dizendo que não vê essa ausência do governo. Ele disse que já presenciou o governador Wanderlei transitar por estradas em más condições, mandar parar o carro, filmar e ligar para os responsáveis da Ageto, solicitando providências urgentes.

Outros parlamentares também pediram para subscrever o requerimento do filho do governador

O deputado Jair Farias (UNIÃO), por ser do Bico do Papagaio, também fez a mesma solicitação. Por sua vez, Moisemar Marinho (PSB) – que alegou ser natural do Bico – alertou sobre o fato de haver área indígena envolvida e sustentou que a FUNAI, ao contrário do que dizem, aprova a obra. Ele também disse que já apresentou requerimentos no mesmo sentido, entretanto, mesmo aprovados, a obra nunca saiu do papel. Na sequência, Wiston Gomes (PSD) também subscreveu, pelas mesmas razões.

Gipão novamente!

O deputado Gipão solicitou a palavra novamente, desta feita para arguir o presidente. Disse que assistiu a um vídeo do governador enquanto ele viajava pelo trecho de Luzinópolis a Darcinópolis, contudo, ao passar por lá, no último final de semana, as providências ainda permanecem apenas na filmagem, sem outros avanços.

Gipão afirmou que o trecho está intransitável para veículos pequenos e motocicletas, e que só conseguiu passar porque estava de caminhonete. 

O presidente Amélio Cayres não deixou por menos. Respondeu Gipão salientando em tom sarcástico que o trabalho do governo é constante e que se as estradas estivessem tão ruins assim, o parlamentar não teria conseguido visitar 18 municípios em apenas um final de semana. 

Aliada da base do governo, Vanda Monteiro entrou no circuito e trouxe informações online

Já a deputada Vanda Monteiro, mais alinhada do que nunca com o governador Wanderlei Barbosa, também interveio. Disse que, em razão da discussão no plenário, ligou para o presidente da AGETO, Márcio Pinheiro, e o mesmo relatou que o trecho de Luzinópolis até Darcinópolis já está licitado, aguardando apenas a ordem do serviço do governador. Já o trecho que liga Maurilândia a Tocantinópolis ainda está em fase de estudos, visto que inclui área indígena. 

O deputado Gipão e os demais parlamentares se deram por satisfeitos. Contudo, o que se percebe nesse tabuleiro político é que os debates e questionamentos estão voltando, aos poucos, à pauta do plenário. Na verdade, mais do que necessário que isso ocorra, pois a Casa Legislativa não pode ser um puxadinho do Palácio Araguaia, e precisa agir com independência.

 

Fonte: afnoticias

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