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Família rendida por grupo criminoso que fugiu para o Tocantins ainda calcula os prejuízos da fazenda: ‘nunca imaginamos passar por isso’

Operação Canguçu completa 19 dias no interior do estado. Governadores de Mato Grosso, Goiás e do Tocantins visitaram a região para fazer balanço dos dias de busca por grupo.

Há 37 anos no Tocantins, a família de Joni Rietjens nunca tinha pensado passar pela situação em que se encontram. A fazenda em que vivem passou por momentos de terror há cerca de 20 dias, quando um grupo criminoso que aterrorizou Confresa (MT) fugiu para o interior do Tocantins e rendeu a família do fazendeiro. Desde então, policiais de cinco estados juntaram forças para capturar o grupo, com cerco na zona rural de Pium, no oeste do estado.

“Um lugar que era muito tranquilo, é um ‘fim de linha’, as estradas terminam aqui no rio. Mas a gente jamais imaginaria que seria uma rota de fuga de uma quadrilha, pegou a gente de surpresa”, comenta Joni.

A fazenda, que produz soja e milho, interrompeu a produção por questões de segurança. “A gente deixou de fazer muitas atividades, porque não sabia onde eles se encontravam. Ainda não tive tempo de calcular os prejuízos, é muito recente”, conta o fazendeiro. Agora é pensar nas mudanças que estão por vir. “Temos que repensar a estrutura de segurança, principalmente para nossos funcionários”, comenta Joni.

A propriedade é utilizada como base para as polícias envolvidas Operação Canguçu. A infraestrutura de alimentação e acomodação é cedida para os cerca de 350 policiais que atuam na busca pelo grupo criminoso.

O coordenador das ações da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Ronaldo Roque da Silva, explica que as estratégias da Operação são revistas de acordo com as atualizações das buscas e dos confrontos. “Nós estamos na mesma pegada desde o início. As forças de segurança não esmoreceram, muito pelo contrario, continuamos firmes sustentando esse cerco no intuito de tentar localizá-los”, comenta o coronel.

De acordo com os militares, cerca de sete suspeitos ainda podem estar escondidos na região. Até o momento, oito suspeitos morreram em confrontos com as polícias e dois foram presos. “O local em que houve o último confronto já era um setor que nós fiscalizávamos, que nós atuávamos, que nós policiávamos. Com essa situação, nos proporcionou ter certeza que tem ladrões em fuga naquele setor, na rodovia sentido Marianópolis a Caseara”, destaca o comandante da Operação Canguçu, coronel Francinaldo Bó.

Nesta sexta-feira (28), governadores do Toctantins, de Goiás e Mato Grosso visitaram a região para acompanhar o trabalho dos policiais. Durante a visita, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), ressaltou que a orientação é que as forças policiais continuem fazendo o cerco na região. “Nosso objetivo aqui é caçar até encontrar o último desses bandidos para que possa capturá-los. O nosso objetivo é prender”, ressaltou.

As investigações estão a cargo da Polícia Civil de Mato Grosso, estado onde aconteceu a tentativa de assalto do grupo criminoso. “Todas as forças de segurança aqui presentes vão permanecer até o ultimo momento e vamos capturar todos aqueles que fizeram aquela afronta ao estado, ao cidadão e praticaram aquele crime horroroso em Confresa (MT)”, destaca o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União).

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ressalta que a força-tarefa, inédita na região, pode ser usada sempre que necessário para combater organizações criminosas. “Nós tivemos operação que apenas um bandido em Goiás, o Lázaro, permaneceu em Goiás quase 30 dias para ser localizado. Aqui, já foram presos vários e ao mesmo tempo outros reagiram ao confronto e morreram no embate e tem alguns outros que estão identificados. Vamos ‘botar a mão’ em todos eles, essa é a certeza absoluta”, reforça o governador.

A visita dos governadores é uma demonstração de apoio à Operação. “Os governadores vieram ratificar que a tropa que está em campo passando noites de sono, de frio, nesse clima de tensão tem todo apoio, todo respaldo deles que estão nos seus respectivos gabinete”, destaca o comandante da Polícia Militar do Tocantins, Márcio Barbosa.

Durante a visita, os comandantes repassaram detalhes do modo de Operação da quadrilha aos governadores, e sugeriram a criação de um grupo fixo com treinamentos específicos daqui adiante. O encontro das autoridades com as forças policiais durou cerca de três horas.

 

 

Fonte: g1 Tocantins.

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