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ESTADO: Governador do TO teria encomendado flagrante falso de tráfico de drogas, diz denúncia do MPF

Trecho do relatório foi lido pelo ministro Mauro Campbell durante sessão do STJ que confirmou o afastamento de Carlesse por 180 dias.

O Ministério Público Federal acusou o governador do Tocantins de encomendar ao menos um flagrante falso de tráfico de drogas, entre outros crimes. A informação consta em um trecho da denúncia que foi lida pelo ministro Mauro Campbell durante a sessão que confirmou o afastamento de Mauro Carlesse (PSL) do cargo por 180 dias.

·         O que já se sabe sobre o afastamento do governador

·         Política do Tocantins é marcada por crises, cassações e renúncias há mais de uma década

"Elementos probatórios e indiciários robustos dando conta da existência igualmente de uma organização criminosa, enraizada no centro do Governo do Estado do Tocantins, liderada em tese pelo governador do estado, que aparelhou todo o sistema de segurança pública do Estado do Tocantins. Intervenções políticas que também permitiram o direcionamento de investigações em face de adversários políticos do grupo, conforme relatado pelo Ministério Público Federal", disse o ministro ao ler o próprio voto pelo afastamento do governador.

Em seguida, Mauro Campbell lembrou mudanças feitas pelo governo no Manual de Procedimentos da Polícia Civil, num episódio que ficou conhecido como 'Decreto da Mordaça'. A denúncia afirma, segundo o ministro, que isso levou a um "suposto flagrante forjado por tráfico de drogas realizado pela organização criminosa".

 Campbell não detalhou na fala dele quem seria a vítima deste suposto flagrante falso e nem qual a situação desta pessoa atualmente. A maior parte do processo ainda corre sob segredo de Justiça e por isso os detalhes de partes da denúncia não foram revelados.

O vídeo da sessão está disponível na internet, no canal do STJ no Youtube, e pode ser acessado neste link por qualquer cidadão. O trecho em que o ministro fala sobre esta parte específica das acusações começa aos 27 minutos.

A defesa de Carlesse vem repetindo que ainda não teve acesso à denúncia e que irá se manifestar quando conhecer o teor das acusações.

Entenda o caso

Além do direcionamento das investigações contra adversários, o governador é também suspeito de interferir em operações que poderiam afetar o próprio grupo político. Ele também foi acusado de envolvimento em um esquema de propinas no Plano de Saúde dos Servidores Estaduais (O antigo Plansaúde, hoje chamado de Servir).

Desde que Carlesse tomou posse no governo do estado, pelo menos 12 delegados regionais do Tocantins foram exonerados dos cargos de chefia.

O governo disse, em 2018, que as exonerações estavam dentro das medidas tomadas para reorganizar a administração pública e implantar um novo modelo de gestão. Afirmou também que o objetivo era reduzir despesas e equilibrar as contas públicas.

Por causa das denúncias, o afastamento do governador e dezenas de agentes públicos foi determinado monocraticamente pelo ministro Mauro Luiz Campbell e confirmado pela corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O vice-governador, Wanderlei Barbosa (Sem partido), assumiu o comando do Poder Executivo pelo período.

 

 

Fonte: Por g1 Tocantins

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